domingo, 3 de fevereiro de 2008


"Cautelosamente a princípio, com indiferença depois, com desespero no fim, errei por escadas e pavimentos do inextricável palácio. (Depois averigüei que eram inconstantes a extensçao e a altura dos degraus, fato quem me fez compreender a singular fadiga que me infundiram.) "Este palácio é obra dos deuses", pensei primeiramente. Explorei os inabitados recintos e corrigi: "Os deuses que o edificaram estavam loucos"."
(Borges)
os intrincados espaços da mente se enchem de agua
a agua expulsa a bruma
a bruma leva os sonhos
os sonhos se esvaem em lagrimas
e novamente a agua toma conta de algo que antes era permanente
talismãs contra caes de guarda
feixes de palha secos e mortos de fome
tudo escorre atravez dos riscos feitos nas costas das mãos
folhas de papel manchadas de tinta escorrendo como suor
trechos de estradas trincadas e rachadas
doces invasões em terras antes conhecidas
agora modificadas
doses de intromissoes feitas em novas colheitas
agora revividas
doces doces invasoes barbaras
invalidando invalidez
invalidando barbarismos
velhas vilas italianas banhadas de sol e ruinas
pedras sabão e marmore rosa
trilhas atravez de relva
forçando trincos de escotilhas
estourando barragens
soltando peixes, aves e barcos
pro mar
pra serem invadidos novamente
pela agua
por si mesmos

Um comentário:

Mayra Pimenta disse...

e as tamanhas invasões nos deixam tontos e paralizados e estremecidos e inundados.

lindo resultado do hoje.lindo poema ;)